terça-feira, 11 de março de 2014



Agora que amo posso ser surpreendido olhando besouros azuis cheirando polens no jardim de begônias, rosas e magnólias lindas na espera delicada de mais um pouso fértil, as jasmins e pimentas se desprendem no ar aromáticas com os  pulos e voos vazantes dos pequenos animais recém morfoseados e sentindo a fumaça de incensos de baunilha do México grudados na roupa já jogada no chão alguns insetos curiosos aproveitam e descansam, pele nua de orquídeas chocando-se a todo instante, braços e pernas, vento nos nervos do nariz, das patas e pétalas e ao longe como uma miragem a copa da mirra na Somália em amargura ferida por homens ousados, ver que a luzinha vermelha do fogo como ingrediente do sol descansando sobre um granito em cima da cômoda no quarto em cinzas de limão, flores de laranja ou cravo-da-índia oleados pudessem tirar do rosto, do meu rosto o espelho ressecado e se desprender da perca de viço que as patchoulis frescas do campo, bem ali onde habita mitigações das dores sorvessem os tóxicos da pele, pois agora que sei amar sem guilhotinas cerceando as pontas sideral dos meus dedos, posso sentir as resinas pontudas de noz-moscada vacilando em uma vela acesa, do fogo de frésia inocente de algum canto sereno, arranjo na mesa da debutante, e nós ao sol visse o raio de olíbano com seu leite ureter em jato descer sobre o peito, abdômen e virilha adocicados.

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