terça-feira, 18 de novembro de 2014

sempre me rendo te olhando
(pode ser de perto de longe, não importa como)
fita-me num virar de cabeça, no levantar da cama, entrando no quarto, molhado no banheiro
basta duas piscadela e meu corpo se rende
não importa
porque a redenção trás a tona os coqueiros e ventos de uma praia a qual passaria a vida toda contigo
emergidos do sonho pingamos placidez que se ergue de nossos dedos em encontro ao beijo mordido
fruta do pé
madura e docinha
vermelha
estalejando batidas do meu corpo sobre o seu de quentura
roubaria teus castanhos olhos
me deito com teu silêncio,
teu braço sobre minha cintura
apertando meu coração
há alguma respiração sobre minha nuca
pelos espetando com suavidade o pescoço
e agarrados ao peito que bate
nos puxamos rumo a vida de nuanças
de uma movimentação estalactite,
noite estrelada de Van Gogh
assombro-me com a voz que sai da boca pequena
me beijando o pescoço,
porque é duro deixar você ir,
porque parte de mim segue teus paços e teu cheiro,
porque meu corpo reclama sua face descansando sobre o sol da tarde
ou a sombra da seda azul que balança
vento&mar, imensidade,
uma estrela se derrama sobre nós
e eu apeteço em sua boca,
em sua força motriz
em sua voz de calmaria,
como um rio profundo,
águas dos andes,
mananciais e riachos doces contornando as pedras
obedecemos aos desejos nas pontas dos dedos,
vou como a voz que não volta,
como o paço dando a frente e avante sigo sem medo