sábado, 22 de março de 2014

estava disposto a escrever sobre lindezas que ficam ao redor da mente, estava decidido que novamente falaria inesgotável sobre estrelas nos céus, pores de sol e que a lua deveria ser mais linda vista de alguma ilha na Grécia, de Creta, Ítaca ou Lesbos, os pés dentro da água e a lua de mel a sós estaria lá dentro e bem limitada no horizonte acima da cabeça, na cor metal de um rock dedilho de guitarra, mas leve como os ares mornos dos oceanos ainda azuis para ajudar observar as estrelas ao redor, para que falassem as águas que quebram como uma pata de monstro na areia dos olhos de Deus, sobre como eles são e de como ainda é possível a absorção desse percusso estelar que faço ao amanhecer, desse dia após dia, engolindo o tiquetaquear das pernas com pressa de perder o ônibus, de não chegar a tempo pro rosto escavado que bate numa parede cor branca, dias após dia, a precisão implacável desse instante, olhe para seu pulso perceba e tente se puder parar o ponteiro, trema de medo e de força que fará, momento em que se sente nas pontas dos dedos a febre que recobre todo o corpo, amar no maremoto de duas coxas que se erguem ligeiras pode ser mais eloquente, pode não é mais, e se abrir uma fagulha de interrogação o sopro dos sons de palavras, apenas as jogadas nos ares oceânicos, rock em gemidos na Atenas de 300 a.c, serão as que tira da boca a querença. 
    

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