sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Veio dos mares essa anedota sem inicio meio e fim
Na boca da noite um beijo do lábio jambo caiu do céu de ventos
Na boca da noite a pele em safra no templo em Babilônia desabrochou pros ventos, 
pra terra e na copa amanheceu meio terra, meio madeira, fruto fértil, recebeu línguas estranhas, suores e malicia em sumo
Os jardins de Nabuco, um tempo difícil também conhecido maravilha das tragédias abstratas, fenômenos da natureza, tempestividade dentro e fora das gentes, tudo pode acontecer, ventanias erguendo pessoas do chão, é o espaço em que se tira do pé jambos maduros prestes a se estragar ou só olhar a lua maior - quando menos se espera chove meteoros a olho nu, o tempo dá vida, dá floração dos sentidos, aguçados por mordidas de morenos na pele sensível, desabrochados em lugares improváveis, é tempo das plantações também, das sementes provindas do peito que bate a muito custo, passa-se nos cantos, cava-se, deixa-se pegadas pro descaminho pra colher dengo e caricias num futuro de lírios nas cores azuis.


É tão fácil como os ventos carregam folhas secas do tempo que não volta mais. E assim, todo passado deveria ser leve. Toda palavra dita deveria diminuir de peso com o tempo que não volta mais, mas na verdade só ganha peso as que constantemente insistem em retornar quer por força da natureza que por força da vida e dos ventos que nos carrega rodopiando nas calçadas, estradas sem fim, esquinas de postes e cruz em corpo. 

Veio do mar negro o inicio da tardinha
Dizia que na boca de uma noite estrelada um beijo do lábio jambo caiu do céu de ventos sobre queixo erguido, sem pressa num templo qualquer, me disse uma voz. Na boca da noite a pele e uma pétala em safra num templo em Babilônia desabrochou pros dedos lírios de um rapaz ocre, pra terra e na copa do céu amanheceu flores de sorrisos férteis, línguas suadas e malicias em sumo. Trata-se de algo proibido. Pela manha passei em jardins de um tempo difícil, também conhecido como maravilha das tragédias abstratas, fenômenos da natureza, tempestividade dentro e fora dos caldeus, tudo pode acontecer, ventanias erguendo cabelos do chão, é o espaço em que se tira do pé jambos maduros prestes a se estragar, mas não se estraga, quero dizer, só se você não tiver tanta vontade quanto eu tenho, pressa em comer novamente minha infância, doce infância desprovido de tanto hormônio, pelo, voz grossa e músculos que antes mais ponderavam os sorrisos e as corridas sem sentido rumo ao dia preguiçoso e intenso de alegrias que era jogar de esconde-esconde, assistir seriado de luta do japão. Ou somente olhar a lua bem maior a noite- fenômeno que acontecerá quando você tiver trinta e cinco anos, disse o ancora sério da tv. E quando menos se espera chove flocos de mel a olho nu, o tempo dá vida, dá floração dos sentidos, abre-se bem a boca, apanha-se no ar, aguçados por um abraço coletivo de pele com pele, desabrocha-se a noite e se tira a blusa pro encontro entre irmãos nos lugares mais comuns, prova-se salivas com doçura derretida de pirolitos. É tempo das plantar bombons, sementes caminhando em ureteres, passa-se nos cantos da curva do corpo gritando com o pulo da pedra alta no açude, cava-se bem o chão onde se pisa, deixa-se pegadas na areia molhada que seca e cega o destino sem dengo e caricias num futuro parecendo o mar pérsico há muitos anos. 
É tão fácil como os ventos que carregam histórias secas do tempo que não voltam mais e eu aqui do lado de ninguém gostando do meu silêncio preenchido de encantado desprendimento. E assim como o passarinho pela janela passa voando veloz na estrada, deveria ser também leve bem ali nós todos parados na asa em forma de lágrima e rumo como toda palavra dita que devesse diminuir de peso com o tempo e que pode se quiser vim mais cedo na língua e na ponta dos dedos. Fala-se com as mãos e com o corpo. Mas na verdade só ganha peso as que constantemente insistem em retornar, só ganham peso os que querem pisar quer por força da natureza quer por força da vida e dos ventos e nos carregam rodopiando nas calçadas desnudas de sentido (preso no estomago), estradas com um fim barulhento, som de tufão e roixinol, esquinas e cruz em corpo usados pra queimar e produzir cheiros fragrantes desagradáveis em pleno meio dia. 

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Esbouço para uma estória de renuncia e saudade

Ele pôde observar em pleno breu águas vivas queimando na ponta da língua, 
Ele acordou com cheiro de jambo no corpo
e de repente entre a boca e o nariz o cheiro da nuca do rapaz ainda do dia anterior 
Do olho caricia e castanho veio um zumzum de benjoins, voavam de um lado pra outro. 
Ambos estavam a procura de pólen, acharam fragrante incenso do mais alto Himalaia
Na noite anterior da areia mesmo ele avistou o moreno tomando banho no mar quentinho
Era verão, um eterno verão nos trópicos e na testa dele dizia  pra tomar cuidado, não abriu a boca pra saber que se tratava de um olhar com alma rasa. Entrou devagar a profudidade veio no inicio no joelho.
Não pulou de cabeça, o tempo era de bel prazer e assim como a noite não leu os sinais, ao contrario disso correu com algum cheiro de sol ou de surpresa em vão, 
mas de repente o aviso do moreno flutuou na maré alta 
e o canto de passarinho pelo suor que descia do pescoço grosso do moreno 
espraiou poros da pele do recém-acordado, havia café na mesa, a chaleira não piou
Ergueram os braços devagar, ele aparou na mão o humor dele com o pulmão 
O radio ligou e avido nariz farejando as notas da música já no ar veio cheiro de acácias 
O jardim fervia de insetos, polens em todos os lugares do quarto,
A língua se sentia um tanto salgada do trabalho duro

O sol iluminou o rosto dele 
o lábio grosso do outro,
ambos camicazes em folhas secas indo de encontro ao azul celeste
Desciam
num momento monstros enormes confundindo-se com o ambiente, 
estrelas do mar perdidas, moluscos escondidos, lulas e polvos mudando de cor 
Um camaleão do deserto mudou de cor resignado nos navios de fundo negro 
reino perdido, sereias do mar maliciosas, dançantes, de caldas e sorrisos eloquentes, faceiras, um encanto dentro de um coração tão pequeno, matavam homens sem amor,
admirou-se do blefe do moreno, que apenas cheirava fruta.
esbouço pra um conto erótico

Meu sonho é vim um cara ficar me chupando por debaixo da mesa enquanto eu trabalho.
Mais um fetiche anotado
Eita, to vendo que vai ser difícil resistir você, mas eu consigo
Safado
É verdade, porque no fundo sou serio safado só no raso.
Mostrei o jakcstrap pra o meu namorado e ele achou coisa de viado
mas não é, é diferente.
Fico com muito tezão, caras usando essa cueca rasgada na bunda, fico louco
Vou usar pra você, mas não pode tocar, lembre-se
Já to de pau duro e ninguém vem aqui me chupar.... droga
Lembre-se n pode tocar, você namora

Ok, não vou tocar, só olhar
isso mesmo

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

sobre o desejo de Jupiter no mês de eupção

o mês dos ventos é o mês do perigo e das chuvas de pedras, disse o astrólogo com gosto de estrela na ponta da língua, com olhar atento pro telescópio apontado pro breu, pro céu do seu peito - de sua janela no jardim desapercebeu uma flor quando sentiu urgência e desabrochou trombeta de anjo teimosa no ar,  porque estava entretido com pétalas vermelhas mais incandescentes que se derramavam num lua de Júpiter, dezoito vulcões de zanga ardendo na pele enluarada na orbita de Zeus.

nas noites de agosto uma chuva de meteoros varre as estrelas do céu, gotas de luzes, vaga-lumes do campo, sons da lua cheia nos cantos e gretas em uivos de lobos maus em esquinas de boa conversa, do céu da boca se derrama aos nacos dos lábios grossos do moreno jambo sutis explosões no peito sem apelo&pelo - mordidas descem da grande viagem, brilhos e foco de um céu atras do olho castanho desflorado para além da pele chá mate, tomando com calma e caneca a noitinha antes de dormir desejo.

Agosto chegou trazendo perigo de vida, da morte trouxe má fama, um mês de ventania, de sedição meteórica e céu a noite com gotas de luz e de luas em Júpiter gritando, pura erupção, estrelas em explosão, das cinzas em orbital se faz o éter da malicia que não senti mais o rasgar do magma nas crostas de Cronos preso nas entranhas, ventre distante e ventanias constantes - agosto vem com gosto de chuva de fogo, de entrega e comoção. Procure guarda chuvas que implore a noite vendo pedras vaga lumes caindo na atmosfera mortal, pedidos a estrelas cadentes carentes de chamego, antigo movimento que intui um mais que querer.

numa manha de água na boca de agosto o desgosto não finca estaca, numa manha leitosa desse dia, uma quentura gostosa e um café descia aos goles pela garganta, do lado um amor cheiroso fritava no silêncio claro da sala, dormindo com olhos ainda incrustados da chuva de desejo e magma da lua de Júpiter.





terça-feira, 5 de agosto de 2014

esbouço de uma paquera
oi
oi
o que você manda rapaz?
mandar? sorriu e pensou, que tal conhecer você melhor?
essa é uma boa ópção, você parece ser uma companhia deliciosa
isso você vai ter que provar
eu quero então
afim de sair hoje?
pra onde?
qualquer lugar onde eu possa te beijar
é natural se sentir perdido no mundo
quando há perca de sentido pelo caminho
ou quando a existências das coisas mudam de uma vez
pedras no meio do caminho repentinamente  rolam
e de repente um ato que não diz nada
uma janela se abre para o pássaro entrar claro e freco
pio ventando no canto da nuvem azul
olhos sentados na grama, 
coração aquecido da terra, 
ouvidos sorvendo mel
vem com cheiro saudoso de amor
ensaio sobre a imaginação
a criança pergunta
que isso?
um microscópio
para que serve?
para ver coisas que normalmente não se vê
tipo o pensamento?
sim