sexta-feira, 6 de maio de 2016

estou penteando o cabelo
e me pego pensando
na pele com pele nossa,
horas vagas bem aproveitadas,
cada poro meu grita teu nome
até hoje, depois de tantas manhas

terça-feira, 8 de setembro de 2015

plante roseiras, por sorte quem sabe elas florescem mais rápido e a alegria não trava

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

é uma pena que até o amor caia no esquecimento, que a memoria da tua pele seja apenas de uma fagulha fraca e inóspita, o vento passa e te apaga num sopro.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

ás vezes, só às vezes não sei como dizer que teu sorriso flori meu dia, não sei dizer como meus passos sem que eu perceba procure o cheiro deixado por teu pescoço de baunilha,  ou como teus saltos pelo mundo deixam rastros de luminância que meus olhos acham ou como que tuas pedaladas a medida que soam algum som no caminho lancem também lírios que me levem ao teu sorriso que flori meus dias, é quando posso ver o horizonte de um azul mais anil, mesmo as nuvens não são sombra quando a pele com pele encosta e a noite vem platinando a luz do tempo, eu meu anjo tenho oitenta e quatro mil e quatrocentos segundos no dia preenchidos de força e carinho quando me toca, beija, ergue os dedos sobre o pingo de brilho que incendeia meu peito, eu que passaria dias e dias e dias falando e falando do quanto é bom ouvir sua voz, o quanto não é perfeita a vida que temos e por ter atos de desajuste seja esse o motivo de me apetecer ainda mais a sua vida, meu coração ao seu e vice e versa

__ sou seu, repeti mais uma vez em sua orelha direita que dizia ser herdada do pai, sou seu repeti a noite na cama quando a luz da rua invadia pela janela o quarto e eu ouvido o coração tão lento me dizia sem exprimir palavras que meu calor o dengava do frio e do fel dos dias caóticos,

__ meu amor, ele disse como se dizendo isso pudesse esvair de seus pensamentos o carinho unido de todos os dias em que esteve recebendo ou como se as mil ideias que tinha n'alma sobre mim alcançassem também o liquido que corria nas veias de vontade que era adormecer do seu lado

o céu era azul e todos os dias alcançava o azul com a língua

dos pés nasciam begônias de pétalas com pele colorida

se assustava com tanta flor e cheiro e besouros azuis

gostava de incenso em palitinhos, poderia jurar que vinham de Bali

das mãos voavam passarinhos e era todo ouvido ao som dos bichinhos

mergulhavam no abdômen de rio, longo, calmo, limpo, encostava a cabela e dormi sem medo

a barba tinha seda e capim limão

a boca guardava o seu céu interior

a boca por onde a língua voava

aterrissei nas pernas

fui estremecido pelos braços que sabia que chegaria

fui lançado em suas costa onde ao fundo havia um mar também como o céu azul e agitado

não tive medo e pulei no mar

vi golfinhos, peixes amarelos, nemoras, tartarugas com função de pente


__ por que você gosta de mim? ele perguntou, eu pensei na resposta e veio a mente algo que parecia ser luz, pingos de luzes, sombras e cores verdes, azuis, lilases, rosa, um vermelho semi transparente, se misturando em formato de hélices e asas assim como um pássaro manso passando de uma arvore pra outra, eu estava sentando numa pedra, era forte como um urso, estava pronto quando um tigre saiu de um rio perto e caminhou até a pedra onde eu estava, andou e olhou-me nos olhos, a qualquer momento me atacaria, pensei, mas continuou parado como a luz e os focos de luz do sol e fitou-me com seus olhos meio castanhos meio cor de meu e lançou as duas patas na minha perna e lambeu a minha mão colorindo-a de hélices semi transparentes, asas de desejo, begônias saltando do céu, golfinhos no ar, via láctea amanhecendo, com mil ideias procurando apenas o abraço e o peito retumbando


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

De repente um forte enjoou. É necessário dizer que a noite foi de pesadelos, por volta das seis horas de ontem ficou sabendo de um grande mal, pouco mais de doze horas de agonia, ânsia de morte, todo o seu corpo se preparou pra receber o mastro que correria o mundo e cairia na testa, mas há poucos minutos uma ligação comunicando que tudo fora esquecido e perdoado. A mistura da agonia com felicidade repentina dá enjoou, refletiu enquanto abria a janela do quarto e se concentrava na luz do sol que incendiou a faísca que aquecia o peito.
a medida que o ponteiro vai passando indomável os passos são dados com força no piso das ruas, se você for medir seria uma pluma flutuante tanta esperança cintilando no peito do pé,

terça-feira, 18 de novembro de 2014

sempre me rendo te olhando
(pode ser de perto de longe, não importa como)
fita-me num virar de cabeça, no levantar da cama, entrando no quarto, molhado no banheiro
basta duas piscadela e meu corpo se rende
não importa
porque a redenção trás a tona os coqueiros e ventos de uma praia a qual passaria a vida toda contigo
emergidos do sonho pingamos placidez que se ergue de nossos dedos em encontro ao beijo mordido
fruta do pé
madura e docinha
vermelha
estalejando batidas do meu corpo sobre o seu de quentura
roubaria teus castanhos olhos
me deito com teu silêncio,
teu braço sobre minha cintura
apertando meu coração
há alguma respiração sobre minha nuca
pelos espetando com suavidade o pescoço
e agarrados ao peito que bate
nos puxamos rumo a vida de nuanças
de uma movimentação estalactite,
noite estrelada de Van Gogh
assombro-me com a voz que sai da boca pequena
me beijando o pescoço,
porque é duro deixar você ir,
porque parte de mim segue teus paços e teu cheiro,
porque meu corpo reclama sua face descansando sobre o sol da tarde
ou a sombra da seda azul que balança
vento&mar, imensidade,
uma estrela se derrama sobre nós
e eu apeteço em sua boca,
em sua força motriz
em sua voz de calmaria,
como um rio profundo,
águas dos andes,
mananciais e riachos doces contornando as pedras
obedecemos aos desejos nas pontas dos dedos,
vou como a voz que não volta,
como o paço dando a frente e avante sigo sem medo