sexta-feira, 8 de agosto de 2014

sobre o desejo de Jupiter no mês de eupção

o mês dos ventos é o mês do perigo e das chuvas de pedras, disse o astrólogo com gosto de estrela na ponta da língua, com olhar atento pro telescópio apontado pro breu, pro céu do seu peito - de sua janela no jardim desapercebeu uma flor quando sentiu urgência e desabrochou trombeta de anjo teimosa no ar,  porque estava entretido com pétalas vermelhas mais incandescentes que se derramavam num lua de Júpiter, dezoito vulcões de zanga ardendo na pele enluarada na orbita de Zeus.

nas noites de agosto uma chuva de meteoros varre as estrelas do céu, gotas de luzes, vaga-lumes do campo, sons da lua cheia nos cantos e gretas em uivos de lobos maus em esquinas de boa conversa, do céu da boca se derrama aos nacos dos lábios grossos do moreno jambo sutis explosões no peito sem apelo&pelo - mordidas descem da grande viagem, brilhos e foco de um céu atras do olho castanho desflorado para além da pele chá mate, tomando com calma e caneca a noitinha antes de dormir desejo.

Agosto chegou trazendo perigo de vida, da morte trouxe má fama, um mês de ventania, de sedição meteórica e céu a noite com gotas de luz e de luas em Júpiter gritando, pura erupção, estrelas em explosão, das cinzas em orbital se faz o éter da malicia que não senti mais o rasgar do magma nas crostas de Cronos preso nas entranhas, ventre distante e ventanias constantes - agosto vem com gosto de chuva de fogo, de entrega e comoção. Procure guarda chuvas que implore a noite vendo pedras vaga lumes caindo na atmosfera mortal, pedidos a estrelas cadentes carentes de chamego, antigo movimento que intui um mais que querer.

numa manha de água na boca de agosto o desgosto não finca estaca, numa manha leitosa desse dia, uma quentura gostosa e um café descia aos goles pela garganta, do lado um amor cheiroso fritava no silêncio claro da sala, dormindo com olhos ainda incrustados da chuva de desejo e magma da lua de Júpiter.





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