Esbouço para uma estória de renuncia e saudade
Ele pôde observar em pleno breu águas vivas queimando na ponta da língua,
Ele acordou com cheiro de jambo no corpo
e de repente entre a boca e o nariz o cheiro da nuca do rapaz ainda do dia anterior
Do olho caricia e castanho veio um zumzum de benjoins, voavam de um lado pra outro.
Ambos estavam a procura de pólen, acharam fragrante incenso do mais alto Himalaia
Na noite anterior da areia mesmo ele avistou o moreno tomando banho no mar quentinho
Era verão, um eterno verão nos trópicos e na testa dele dizia pra tomar cuidado, não abriu a boca pra saber que se tratava de um olhar com alma rasa. Entrou devagar a profudidade veio no inicio no joelho.
Não pulou de cabeça, o tempo era de bel prazer e assim como a noite não leu os sinais, ao contrario disso correu com algum cheiro de sol ou de
surpresa em vão,
mas de repente o aviso do moreno flutuou na maré alta
e o canto de passarinho pelo suor que descia do pescoço grosso do moreno
espraiou poros da pele
do recém-acordado, havia café na mesa, a chaleira não piou
Ergueram os braços devagar, ele aparou na mão o humor dele com o pulmão
O radio ligou e avido nariz farejando as notas da música já no ar veio cheiro
de acácias
O jardim fervia de insetos, polens em todos os lugares do quarto,
A língua se sentia um tanto salgada do trabalho duro
O sol iluminou o rosto dele
o lábio grosso do outro,
ambos camicazes em folhas secas indo de encontro ao azul celeste
Desciam
num momento monstros enormes confundindo-se com o
ambiente,
estrelas do mar perdidas, moluscos escondidos, lulas e polvos mudando
de cor
Um camaleão do deserto mudou de cor resignado nos navios de fundo negro
reino perdido, sereias
do mar maliciosas, dançantes, de caldas e sorrisos eloquentes, faceiras, um encanto
dentro de um coração tão pequeno, matavam homens sem amor,
admirou-se do blefe do moreno, que
apenas cheirava fruta.
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