domingo, 9 de fevereiro de 2014




É manha de fevereiro, descobri que se apaixonar é uma bosta. É domingo, acabei de ouvir algo bem legal sobre tempos perdidos.  “Somos tão jovens,” Renato canta com uma vivacidade tênue que se lança a algum melodrama de pessoas normais entregue ao mundo para que se faça, como queira. 

Acabei de ler, de ouvir de um desconhecido que ele vive e que a maioria das pessoas existe, não senti sinceridade, apenas efeito de uma frase bonita, porque o que é bonito nem sempre é o que se é, o que se pede. Ter meu próprio tempo é o que quero por hoje. 

Acender luzes no peito de alguém já me traria um imensurável contentamento. 

Não quero, já disse que não quero prometer nada. O som delirante de uma guitarra numa hora alta. O dedo perito, preciso prestes e entregue a onda que espuma que me bate contra a parede de dignidades pisadas. Onde esta o relógio do mundo? Quero dormir. Acordei cedo, sem sono, mas com um cansaço no espírito que transpira um suor desse dia lindo e solar que a cada expandir do diafragma sinto um medo prometido, profetizado, o Gêneses que aceito, simplesmente aceito e reconheço de forma débil minha pequenez diante de alguma poeira provinda de uma explosão antiquíssima, selvagem fora da terra. 

Me sinto no meio do mar. Um oceano de agruras. Águas nervosas, pingos de uma chuva que mata devagar a sede. Olho a manha, ainda estou nela enquanto tento com todos os meus sentido dizer a vos algo, a mim dizer o que há, dizer a essa manha com uma luz tamanha e límpida que estou aqui, por um relance observo a contemplação de um olhar castanho que chamaria se pudesse para uma viajem pela via láctea, por cada estrela, sempre em frente, sem medo, sem sono, desfixo, 

está cedo eu sei, darei tempo, é cinco da manha, mas já há eu aqui firme com um café na xícara na mão, mas não quero distancias, quero aproximações, quero a coragem de olhar e tocar em pupilas sem matéria, agora, sem querer falo, mas falo sem prometer, mudar, passar, deixar e seguir é uma sina, não quero quando mais queria, cuspir no prato que comeu, darei por um momento prazer ao rosto, darei, darei como dou a mim mesmo quando sonho com jardins, tulipas, begônias tarântulas, uma homenagem, a vida que traz sempre alguém pra valer a dor.

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