quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Durante esse período, por varias vezes escutei a frase eu te amo, assim bem brega, assim bem simples e fácil, porque por varias vezes por algum motivo eu acreditei como eram adocicados os ecos que saiam de ti ao meu lado, me estremecendo sem excessivos gastos de energia, de algum silencio que era quieto e inquebrável, por minutos, tempo esse foi uma porta pra minha alma.

Salmão e rosa, chinelos brancos, óculos de sol. Atrás de nós uma montanha de areia da praia, um jangada colorida, outras a nossa frente igualmente coloridas, um sol forte e as palavras finalmente oficializando o que já ameaçava acontecer.


Eu sujei com gosto os dedos dos pés na areia branca enquanto havia na boca de ambos o sabor esquecido, uma suavidade vivida e uma diluição do tempo que edificou o prédio cujas colunas terminavam de se desintegrar ao solo, havia um barulho do som de um vento passeante, algumas aves me distraiam, você estava a minha direita e eu pra não mostrar meu rosto entregue a calamidade olhava pra esquerda, eu que não tive coragem de fitar sua rostidade desregrada e imune aos apelos inertes e latentes que expurgavam devagar a si mesmo do momento difícil, salvando o sempre nariz empinado, a sempre voz coerente e olhar inquisidor. 

De repente se tornara um mestre prestes a se perder na própria concatenação fausta e na movimentação de suas mãos delatoras, eu, sempre eu novamente tentava viver aquele apertado momento  pulsando quente e desvirtuando a linha tênue, uma sombrinha que escapou da mão, a corda bambeou com os paços e ficaram o desenho aquilino dos cílios, o compasso dos quadris, a força brutal da voz quase inaudível, o contato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário