domingo, 15 de dezembro de 2013

depois de todo esse tempo, 
depois de tudo que já passei 
ainda me sinto como se fosse da primeira vez, 
ainda espero. espero com medo e vontade
ouvir sua voz baixa pelo telefone, 
sem som eloquente, sem esmero, beleza pungente, 
até estridente e grave ao mesmo tempo, 
uma voz que diz coisas normais, 
espero-a sabendo que não arranca de mim centelhas, 
não ascende fogueiras, nenhuma se ascende nem fervura flamejante se eleva, nada, nada, mas espero assim mesmo ainda com medo e vontade. 
a saudade existe. sinto uma falta danada. 
o medo é que ela persista e que você vá embora, quem sabe, logo agora? 
a vontade é que os corpos possam conversar e se entender, 
corpo com corpo sempre dão certo e nossas almas 
quem sabem nossas almas saibam e persistam no entrelaçamento das nuanças, na limpidez do momento que antecede o beijo, 
um aperto, algum abraço, olho no olho, 
sussurro ao pé do ouvido que arrepie os poros dos pelos do braço, 
costas, pernas e pescoço seu e meu gotejando sangue, 
fomentado células e partículas minhas 
que repito - sentem a sua falta.
.

Um comentário:

  1. Poema lindo, a forma com que descreve o amado; suas emoções ficaram claras. Lembrei de tudo. Esse trecho é interessante, gostaria depois que conversássemos sobre ele... Abraço,
    " espero-a sabendo que não arranca de mim centelhas,
    não ascende fogueiras, nenhuma se ascende nem fervura flamejante se eleva, nada, nada, mas espero assim mesmo ainda com medo e vontade.
    a saudade existe. sinto uma falta danada.
    o medo é que ela persista e que você vá embora, quem sabe, logo agora?"

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