segunda-feira, 9 de dezembro de 2013


... hoje sou da noite, escreveu no guardanapo, numa placa dizia que já bastava um raio de sol pra afastar várias trevas, na rádio ouvia One Republic, (afastar de seus ouvidos os nãos, dizendo secrets!) de dia o sol fica em silêncio, absurdo não poder lhe encarar, Cego. na rua há rumores, sussurros, grandiloquência incontida,

Olhos abertos e vermelhos,

ossos doloridos e tremendo

ao som do batidão. Ele viu São Francisco de Assis magro passar de jeans azul, lembrou dele, 1973 e James por onde anda. Detroit? Orleans? Chicago? O domingo surgiu ininterrupto depois das doze e as oito da manha com a roupa amassada de todo o movimento da noite, ainda, molhada de suores O afiter ocorreu numa tapiocaria.

Um olhar de arrependimento cruzou a rua, viu pelo vidro transparente, outro de penitência, outros soltos e indecifráveis.

A Tapioca, o bolo indiano, a canela por cima, um café com leite bem quente foram ingeridos devagar.

Movimentos homoafetivos, toques em orelhas, limpeza de boca com o dedo alheio e quase um beijo quando duas bocas quiseram se encontrar. 3 centímetros, 3 centimetros, 3 para o osculo escandalizar mais. Retrocedeu nos 3, quando viu expectativas, torcidas, rostos torcendo inacreditáveis.

queria apenas matar uma fome, de cada vez.

Sono, cansaço, horas dormindo, desperto, nu, sangrento dos toques, guris que te deram as costas, que te espancaram, esbarraram, olharam sem culpa. Mas apenas o som, som, som importou. Mentira. Que seja assim.

Duas da tarde e ainda dá tempo  ir à praia. Domingo foi à barra antipânico, salvador. Domingo surgiu como uma graça divina, obrigado, a água transparente, a piscina azul, a massagem nos pés, até ao olhar castanho que se encheu d’água, outro esverdeando também chorou vendo a lágrimas cortar os hemisférios da face de olho límpido (ao norte uma barba preta e máscula).

Uma lágrima por agradecimento, outra por ver o quanto é lindo derramar líquidos do corpo.

Poderia, sabe que poderia amar aquele homem bom. Traça uma mão na outra e pensa na pasta italiana na boca derretendo depois do vatapá de camarão.

Alguém percebe que ele está sem cueca. A marquinha da sunga realçou do sol. Bronze. Sunga, estampa de caju, reluzende, fogo de caldeira. Doce do pote. 

Mas ali já de noite de novo ele parecia que tinha ido embora. Uma mochila nas costas para ver as cordilheiras, perto de Deus, longe do tudo.

parecia que finalmente realizava um grande sonho quando nada de mais acontecia.

 

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