domingo, 22 de dezembro de 2013

é que se houver almas sobre nós, movendo esses involucro crus de carbono prestes a se estilhaçar no morfo sobre as ruas, calçadas, parques, SIM, se houver almas e na feitura delas algumas dessas almas forem e tiverem (quem sabe sorte, quem sabe destino carregado de gana) sido feitas gêmeas, gostaria que fosse você minha alma gêmea e a minha a sua, gostaria que elas reparassem algum vazio que ficou das estações antes do encontro, que fossem ambas mutuas nos sorrisos e no verão percebessem e agradecessem bem pelo alaranjado diário, cúmplices e entregues ao papel dessa época indeterminada - que elas reparassem tempos perdidos, dores antigas, futuras, dormências, carências, dizeres de desalento, reparasse como o sol todos os dias faz com a terra, como a raiz que recebe adubo, folhas verdes límpidas de energia, frutos, laranjas e flores pro mel, um encanto delicado, um movimento despretensioso, cíclico, de tão primitivo diria diáfano se não fosse tão palpavel

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