Comeria todos os dias
o céu do seu olhar
Mas não sou capaz lhe
dizer
Demasiado inquieto com
a lonjura, distancia
e no ar figura
fugidia...
Diante do sol, não o
vejo
Ponta de luz
Diante do céu, não o
toco
Pedaço do olhar
luar
Finda-se o dia
Fosse o ultimo átimo
A luz que me encandeia
Persite espessa a
azulada
Cor do céu em pouco
tempo
Tomada as nuvens
brancas, sans
Pelo breu
Fosse a distancia fria
e um
Caminho o destino
desmedido
Descompassado por
promessas
Da boca carmim de
sangue
Expondo sentir tamanha
saudade
E logo, logo nesse
instante, átimo
De tempo, crepúsculo a
frete,
Com frio na barriga
amolecendo o coração
Que bastasse um toque
tênue seu para que o sangue
Se transforme em
lótus, begônias, cravos, anis,
Deleite e jardim
E sorte seja o
instante milésimo antecedendo o beijo,
mãos sobre mãos,
peito sobre peito
Tenho medo de te amar
e depois te ver sumir
sem se importar de
novo
apenas livre, leve,
pluma
sem olhar para trás
sem peso algum pra
carregar
eu não mais resistiria
e quantas vezes mais
tenho
que sentir-me esfriar
olhando as fotos do álbum
os cantos dos poros recém
fechado
recém expurgo,
exalo o durame da
açucena,
cidade
os cheiros da manha
o café, algum som de
música
os óculos que esqueceu
o bilhete e as cartas
guardadas numa caixa
aberta sobre pingos
de lagrimas caídas,
lagrimas
que dizem chega
agora, bem aqui
quase todos os dias
olhando
o mar, tão animal,
azul, tão mar
Quando vem? Me pergunta
rouco, explosivo
Fico em silencio
Porque estarei na
praia
Em pé, de pés molhados
Com o medo animal
Com amor assustado
Leve, livre, pluma
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