quarta-feira, 5 de junho de 2013

a noite chegou, o som dos morcegos veio, das asas pretas em impulso quente, peludas, não fez-se silêncio, porque também o breu intocável fibrila nas frestas das pedras e o som do horizonte em raio e trovão sacodem quem anda e pressente molhar cabelos descoloridos, a chuva dos céus para peregrinos rumo a salvação que a noite ganham balsamo dos mesmos céus, o pensamento para purificar, pois enxergar a si mesmo diante do espelho cruel das iris alheias requer densa maquiagem, é diante do caos e da vergonha do outro, diante do vindouro que se para a beira do rio, sentando, molhando os pés, a cima a cúpula fatídica esverdeada, no meio caem algumas folhas ziguezagueando lerdas-amarelas, tortas e tontas, desprendendo-se dos galhos, deixando o cume, prontas pro fungo.

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