sábado, 20 de abril de 2013

somente por enxergá-lo o chamara mais cedo

Ele sentiu na boca gosto de ácidos provindos de uma gripe que alterara seu paladar, a cor amarela da noitinha chegando com o por do sol à frente se fazendo não iluminou o escondido na recamara, que acabava de receber a mensagem dizendo: aparece! Foi ao encontro com o príncipe, era assim que o chamava, romântico, incompreendido e cruel o príncipe o achava bobo, brega por lhe chamar assim, mas foi por fitar o rosto do bobo que tinha reparado nos tons azuis, verdes, amarelos incrustado em dores e cintilações dobráveis dos músculos, mutáveis, se volatizando na iridescência e era a iridescência do espector da visão súbita que o príncipe tinha incompreendido, mas prazerosa aos olhos do príncipe e por isso somente por enxergá-lo o chamara mais cedo para lhe ter agora depois da meia noite. O príncipe falava e olhava, olhava ao seu lado e via que dos olhos do outro saiam entrega e fervor, que as luzes do rosto alimentava de gloria, pequena, mas gloria e o agradecia no intimo por ele estar lá, sua relação era hostil, inóspita, prestes a se estilhaçar, mas era quando encostados generosa a ambos, ao bobo e ao príncipe, e o príncipe que percebia sem entender vivia aquilo se incomodado com o silêncio do bobo, queria a todo custo entender e sabia que era conversando que se daria a resposta, mas o outro era introspectivo demais e além do mais não tinha o que falar, nem se quer sabia das luzes, do azul e da iridescência. O príncipe era paciente, o bobo era romântico, o príncipe esquecia com facilidade a agonia do segredo. O príncipe se acostumara a nunca sabê-lo. E assim um dia um deixou de ser pro outro, assim como um pássaro pequeno que cresce e cria penas e que vos cuidara um dia aos poucos deixa de retornar completamente a casa que lhe fora lar.

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