domingo, 21 de abril de 2013

sentindo eternal uma gota se quer de ressentimentos

Pressinto, não deixará de ser insuportável o mundo e não deixarei o insuportável cedo. O mundo que me deixa, o mundo sentindo eternal uma gota se quer de ressentimentos. “Abram as portas,” escuto gritos, “abram as portas e janelas que é a felicidade chegando.” Mentira! No mundo corro, escapo e sempre estou apanhando. No mundo fujo, salto, caio, mas apanhado fixo, nu, desmedido desço a lama. E não me deixará ir, pressinto. Eu que também não quero partir. Partir seria insignificante, o mérito se dá em ficar. Respirá-lo, ao ar torpe, vivê-lo, o breve, senti-lo, em praças, ruas, gretas e guetos como se fossem a última e profunda agulhada, são as ações não indispensáveis das horas, mas quando vim sabê-lo retilíneo, flutuando em corrente, rio de calmarias, voo de papagaios, perigos na escuridão, escondidas, famintas, poderia dizer: se torna inerente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário